Ivete Sangalo lança disco Acústico gravado em Trancoso
Ivete Sangalo reúne imprensa para lançar DVD em São Paulo
Coletiva Ivete Sangalo / Foto: Rodrigo Sanches |
Coletiva Ivete Sangalo / Foto: Rodrigo Sanches |
Coletiva Ivete Sangalo / Foto: Rodrigo Sanches |
Na última quarta feira (27), aconteceu em São Paulo a coletiva do DVD Ivete Sangalo Acústico em Trancoso, na ocasião Ivete reuniu a imprensa para falar do novo trabalho e divertiu todos com sua irreverência e espontaneidade.
Ivete se emocionou durante a coletiva quando falou da música "Seus Planos" que compôs para seu filho Marcelo, 7 anos. A cantora disse que tinha a melodia pronta e certa vez chegou cansada de um show e ficou observando seu filho dormir e veio a letra na cabeça.
Ivete contou que não se prende a formatos e que esse trabalho não seria um acústico convencional e sim com uma pitada de Ivete Sangalo, ou seja, bastante agitado, fugindo do tradicional.
A partir de amanhã o DVD e CD "Ivete Sangalo Acústico em Trancoso" estarão disponíveis em todas as lojas, garanta o seu...
Por Rodrigo Sanches
RELEASE "IVETE
SANGALO: Acústico em Trancoso"
Em
uma cena de bastidores de seu novo DVD, Acústico em Trancoso, Ivete Sangalo
avisa: “Tudo o que eu menos quero é sossego.” É um recado de que este não é um
show acústico comum; mas ela nem precisava explicar. Desde a primeira música do
setlist, a cantora baiana mais popular do Brasil já ousava subverter os
formatos que ela própria popularizou, em versões mais brandas, mas não menos
poderosas. Guitarras e teclados sintetizados não parecem fazer falta frente à
parede de violões e baixo acústico, piano, metais, bateria e muitas, mas muitas
percussões.
A
cidade baiana de Trancoso, conforme Ivete explica, foi uma escolha natural para
a gravação, após a busca por um local que reunisse as energias favoráveis, sem
formalidades, e que absorvesse a leveza dos instrumentos acústicos. “Eu acho
que Trancoso escolheu a gente, sabe?”, ela conta. “Foi uma simbiose, um lance
de ‘eu estou buscando você, Trancoso’ e ‘eu estou buscando você também, então
venha’.”
Quando
se pensa em acústico, alguns aspectos típicos vêm à cabeça: o silêncio, o
minimalismo, as cordas e a calmaria. Ivete Sangalo transformou seu primeiro
produto deste formato em algo que só poderia ter sido criado por ela mesma. As
músicas continuam soando para dançar, e sua voz poderosa não é economizada. Mas
os arranjos são suaves, delicados, ainda que consistentes e pesados como os de
uma banda de estádio. Como isso é possível? Pergunte a Ivete.
“Eu
quis trazer uma realidade à tona, para quebrar determinados tabus,
desmitificar. Quando pensamos em um acústico, a gente parte do princípio da
sonoridade, mas a energia que pode ter depende do conceito de cada artista”,
ela explica. “Eu não quero confundir o público. Quero dizer a eles exatamente:
‘Olha, eu não vou ficar sentadinha’. Não dá para mim, eu não consigo’.”
E
não é possível mesmo imaginar Ivete Sangalo fazendo algo diferente. Sem se
inibir pelo peso ausente atrás de si, a baiana canta, dança e agita como se
comandasse um trio elétrico, mas de modo elegante, respeitando a sobriedade
esperada pelo formato. Há ocasiões em que ela opta pelo conforto do banquinho e
o violão, como no hit-balada “Deixo”, mas em outros, ela se entrega até suar,
como na quente interpretação de “Candura”. São muitas vozes, facetas e
interpretações em um mesmo espetáculo.
Ivete
costuma dizer que “a coisa mais difícil do mundo para um artista é fazer um
repertório”, já que sempre existe a dúvida sobre se o público irá entender a
intenção. Em um espetáculo de 1 hora e 40 minutos e 25 músicas, muitas delas
inéditas em gravação, a cantora percorre seu repertório e aproveita para dar
sua bênção a novas gerações de vozes – dos prodígios do The Voice Kids ao já
consagrado Luan Santana, além de timbres diferenciados como os de Vitin (Banda
Onze 20) e Helinho (Ponto de Equilíbrio).
Ela
também paga tributo a seus mestres, com músicas de Herbert Vianna (“A Lua Q Eu
T Dei”), Jorge Ben Jor (“Por Causa de Você, Menina”) e Max de Castro
(“Candura”), além das diversas contribuições do veterano baixista Gigi (“Eh
Maravilha”, “Perto de Mim”, entre outras). É um show completo e diversificado,
que mostra uma Ivete Sangalo multifacetada que muita gente não sabia que
existia. “Eu sou geminiana, né? Gosto do dia e da noite, do sal e do doce, de
tudo um pouco. Tudo o que tem ali é um pouco do que quero ser”, ela brinca. “É
como se eu fosse para o palco me vestindo de mim mesma.”
A
ideia bem-sucedida de Acústico em Trancoso foi conduzir a apresentação com as
músicas de dançar que fizeram Ivete famosa, intercalando com experiências
bem-sucedidas em estilos mais suaves e relaxados. “Esse foi o maior legado que
os meus pais deixaram musicalmente”, ela explica. “De poder circular por todos
os segmentos sem que eu própria saiba discernir sobre isso.” Criando os
arranjos das canções, ela dizia aos seus músicos: “Olha, eu não sei exatamente
o que eu quero, mas eu sei o que eu não quero”. “Agora”, completa, “eu tenho
tanta coisa a descobrir sobre o que quero, que abro um leque de possibilidades
para mim.”
Este
Acústico em Trancoso realizado por Ivete Sangalo e seu afiado grupo é tão
inesperado quanto necessário. A carreira da cantora já dava sinais de que iria
para novos caminhos desde Pode Entrar (2009), CD/DVD recheado de ousados duetos
com Maria Bethânia, Lulu Santos e Marcelo Camelo, entre outros. Flertar com
outros estilos e batidas parecia uma consequência natural da trajetória de uma
artista democrática, que já combinou a voz com os nomes mais diversos, sem
jamais perder a personalidade. Hoje, o timbre de Ivete é tão facilmente
reconhecível como o de outras musas baianas, como Gal Costa e Maria Bethânia, e
ainda assim permanece inimitável. Apenas Ivete canta e soa como Ivete.
E
ela canta melhor do que nunca no cenário paradisíaco de Trancoso. Sua técnica é
testada em diversos momentos, desde levadas mais lentas a canções românticas de
explosão. Nas faixas dançantes, a voz permanece firme e potente, sem variar
mesmo quando se arrisca a coreografias complicadas. São os anos de prática
cantando no Carnaval diante de milhares de foliões em estado de catarse. Mas
Ivete se entrega do mesmo jeito, não importando o tamanho da plateia. Em seu
Acústico, em um palco relativamente intimista e desprovida da sonoridade
elétrica, a estrela parece estar em casa, recebendo os convidados enquanto faz
seu show com a exuberância de costume.
A
maternidade, ela reconhece, teve um papel fundamental nesse sentido. “Eu nunca
estive tão serena, na profissão, na vida pessoal, nos meus projetos. A
serenidade me faz hoje respirar, pensar antes de fazer qualquer coisa”, ela
diz. “E a maturidade me traz a calma e a percepção de enxergar as coisas de uma
forma mais clara, menos engessada, mais ampla. Quando tive o filho, a minha
vida deu uma preenchida. Metade da ansiedade foi embora.”
Quais
seriam os próximos passos dela, muita gente vai se perguntar. Ivete tem
resposta para muita coisa, menos para isso. “Eu nunca vou saber o amanhã. Eu
pouco planejo”, ela confessa, preferindo se focar no agora. “Esse DVD
representa um momento muito especial da minha vida. É um presente que dou aos
meus fãs, mas também a mim. E quando faço um presente para mim, faço com um
laço bem grande para as pessoas. Porque quando estou feliz, todos ficam felizes
e dá tudo certo.”
Ivete
Sangalo não precisava mais provar nada. Mas provou que sabe fazer um Acústico.
O que mais falta?
Por
Pablo Miyazawa
Repertório completo
1. A presença do mar
(instrumental)
2. Cadê Você?
3. Cena De Amor
4. Bug Bug Bye Bye
5. O Doce
6. Eh! Maravilha
7. Não Precisa Mudar
8. Seus Planos
9. A Lua Q Eu T Dei –
Participação Especial: THE VOICE KIDS
10. Em Mim, Em Você
11. Se eu não te Amasse
Tanto Assim
12. Deixo
13. Perto de Mim –
Participação Especial: VITIN (Banda Onze 20)
14. Candura
15. Mais e Mais
16. Verdadeiro Carnaval
17. Na Bahia
18. Por Causa de Você,
Menina
19. Completo
20. Estar com Você –
Participação Especial: HELINHO (Banda Ponto de Equilíbrio)
21. Vale Mais
22. Zero a Dez –
Participação Especial: LUAN SANTANA
23. Mesma Sintonia
24. O Melhor pra Mim
25. O Farol